O que fazer para recuperar alguém sem engajamento?

WIAEDUCA • 4 de outubro de 2022

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Frequentemente, encontramos conteúdos que falam sobre engajamento da equipe comercial e a importância de ações para fortalecê-lo.
Entre elas, o
feedback é uma das ferramentas mais poderosas — funciona como combustível para que o colaborador entenda o que está indo bem e o que precisa melhorar.

Mas e quando o feedback, por mais estruturado e profissional que seja, não gera resultado algum?

Feedback: o ponto de partida para o desenvolvimento

Oferecer feedback profissional exige preparo e método.
Deve haver
horário agendado, atenção dedicada e apontamentos consistentes, com foco tanto nos pontos positivos quanto nas oportunidades de melhoria.

Quando aliado a uma Avaliação de Desempenho bem estruturada, o feedback se torna uma ferramenta poderosa de desenvolvimento e engajamento.

No entanto, nem sempre ele é suficiente.
Por isso, precisamos refletir sobre o que realmente motiva — e limita — o comportamento de um colaborador.

“Existem relações que não precisam dar certo”

Essa frase pode soar dura, mas é profundamente verdadeira.


Você não pode querer algo pelo outro mais do que ele quer para si mesmo.

Ou seja, o engajamento não pode ser imposto.
Por mais que você, gestor, enxergue o potencial de um colaborador e deseje vê-lo evoluindo, a mudança
só acontece quando parte da própria pessoa.

Como diz Mário Sérgio Cortella:


“Um ponto de vista é apenas a vista de um ponto.”

Isso significa que o seu olhar sobre o que o outro deveria fazer pode não ser o mesmo que ele tem sobre si — e tudo bem.
O papel do gestor é
ajudar o colaborador a se ajudar, e não fazer por ele.

Engajamento começa com vontade e crença pessoal

Para que uma pessoa realmente mude, é preciso que ela queira e acredite que é capaz.
Essa disposição interna é o que sustenta qualquer processo de aprendizado, evolução ou transformação.

Quando o gestor tenta insistir em algo que o colaborador não deseja mudar, o resultado é o oposto do esperado:

  • desgaste emocional,
  • perda de tempo e energia,
  • e queda no desempenho geral da equipe.

Por isso, é essencial usar ferramentas consistentes de gestão de desempenho, com indicadores, métricas e acompanhamento, para avaliar se há evolução real — e não apenas discurso.

O caminho do desenvolvimento é progressivo

Assim como ninguém inicia pela faixa preta no judô ou no karatê, nenhum colaborador atinge a excelência de um dia para o outro.
O crescimento acontece
degrau por degrau, com metas claras e acompanhamento contínuo.

Mas para que esse processo funcione, é preciso congruência:

  • o gestor e o colaborador precisam compartilhar a mesma visão de desenvolvimento;
  • ambos devem saber o que precisa mudar e como medir essa evolução.

Quando há disposição mútua, o crescimento é visível.
Quando não há, é sinal de que talvez
essa relação profissional precise ser revista.

Quando não há evolução: como agir com profissionalismo

Se, mesmo após diversos feedbacks e tentativas de apoio, não há mudança de comportamento, é hora de agir com clareza e respeito.

  1. Comunique-se abertamente – Explique sua percepção sobre o desempenho e deixe claro o que é esperado.
  2. Elabore um plano de ação – Determine o que precisa ser feito, em quanto tempo e com quais recursos.
  3. Informe limites e consequências – Mostre o que é permitido e o que não é dentro da empresa.

Assim, o colaborador sabe exatamente onde está e o que precisa fazer.
Se decidir continuar sem agir, a responsabilidade é dele — e você evita surpresas e mal-entendidos.

O que realmente deve ser analisado em um colaborador

Quando contratamos alguém, geralmente avaliamos quatro dimensões fundamentais:

  1. Conhecimento – O que ele sabe sobre o produto, o mercado e a função;
  2. Habilidade – O que ele sabe fazer com o conhecimento que possui;
  3. Atitude – Como ele se comporta: se demonstra disposição, vitalidade e comprometimento;
  4. Caráter – Seus valores pessoais e profissionais.

Um processo de recrutamento e seleção estruturado ajuda a identificar esses pontos e reduzir riscos de incompatibilidade.
Ainda assim, pessoas mudam, contextos evoluem — e nem toda relação profissional se sustenta com o tempo.

Quando insistir vira injustiça

Se, após várias tentativas, o colaborador não demonstra evolução nem interesse em mudar, insistir pode ser injusto para todos os lados:

  • Para o gestor, que desperdiça tempo e energia;
  • Para a empresa, que deixa de progredir;
  • E para o colaborador, que poderia estar em um ambiente mais compatível com seu perfil.

Reconhecer isso não é falhar como líder — é agir com profissionalismo e maturidade.

Liderar é ser justo — com os outros e com você

Acreditamos que, salvo exceções, ninguém sai de casa para dar o seu pior.
Mas nem todos sabem o que é melhor para si ou como comunicar isso.

Por isso, ser gestor é buscar clareza, aplicar método e agir com justiça — com a empresa, com a equipe e com você mesmo.
Quando há propósito, comunicação transparente e ferramentas de gestão bem aplicadas, o engajamento deixa de ser um desafio e passa a ser
um reflexo da cultura construída.

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