Não existe treinamento bom que corrija um recrutamento ruim

WIAEDUCA • 27 de setembro de 2022

Compartilhe este artigo!

Começamos com uma frase que traduz perfeitamente a importância de um recrutamento eficaz: contratar bem exige olhar além da experiência profissional e dos conhecimentos técnicos.

Mas antes de aprofundar o tema, reflita:


O seu processo de recrutamento foca apenas em currículo e empatia da entrevista, ou considera também valores, comportamentos, habilidades e objetivos de vida (pessoais e profissionais)?

Recrutar apenas com base na percepção pode ser um erro caro

Conduzir uma entrevista pautada apenas na percepção de um dia pode gerar equívocos de avaliação — tanto do entrevistador quanto do candidato.
Isso acontece porque ambos podem estar em
dias emocionalmente distintos, o que afeta o comportamento e a tomada de decisão.

Pense por um instante:


Quem é você em um dia bom e quem é você em um dia estressante?
Você percebe como o ambiente e os sentimentos influenciam suas atitudes?

Entender isso é fundamental, pois recrutar é uma atividade técnica e estratégica, que deve ser conduzida com base em métricas objetivas e observações comportamentais estruturadas, e não apenas em impressões momentâneas.

A importância de um processo seletivo estruturado

Quando você compreende que recrutar exige análise ampla e fundamentada, tudo muda — da divulgação da vaga à escolha do candidato final.
Sua percepção se torna
uma parte do processo, e não o único critério de decisão.

De forma metafórica, já vimos empresas sem gestão estruturada, sem comunicação clara e com remuneração desalinhada desejando contratar vendedores de alta performance, sem estarem preparadas para recebê-los.

Por isso, antes de buscar o “profissional ideal”, é preciso avaliar se sua empresa está pronta para recebê-lo.

7 passos para reduzir erros no Recrutamento e Seleção

A seguir, apresentamos um modelo prático de processo seletivo para reduzir erros e aumentar a assertividade na contratação:

1. Desenho de cargo

Defina com exatidão:

  • O que, quando, como e onde a função será exercida;
  • As tarefas e responsabilidades;
  • Os comportamentos e valores esperados;
  • O que o colaborador precisa saber e fazer desde o início — e o que será ensinado durante o processo.

Afinal, saber e não fazer é o mesmo que não saber.

2. Preparação da entrevista

Planeje perguntas e exercícios estratégicos que avaliem:

  • Competência técnica;
  • Potencial de desenvolvimento;
  • Compatibilidade de valores e comportamentos.

Determine quantos encontros serão necessários, quem participará e o peso de cada critério.
Nós, por exemplo, atribuímos
maior peso a aspectos intrínsecos (como atitude, hábitos e valores), pois o que falta de técnica pode ser ensinado — mas o comportamento é mais difícil de mudar.

3. Divulgação da vaga

A divulgação também é uma venda — da vaga e da sua empresa.
Garanta que a comunicação contenha informações claras e atrativas:

  • Local de trabalho, carga horária e remuneração (fixo, variável e benefícios);
  • Principais atividades e responsabilidades;
  • Passos para candidatura.

Um diferencial é solicitar que o candidato envie um breve texto junto ao currículo, contando sua história e explicando por que deseja a vaga. Isso ajuda a avaliar comunicação, escrita e argumentação.

4. Análise das métricas

Ao receber os currículos:

  • Descarte candidatos que não seguiram as instruções — esse comportamento já indica falta de atenção e disciplina;
  • Tabule as informações e avalie critérios objetivos, como escrita, experiência mínima e distância do local de trabalho.

5. Agendamento da entrevista

Prefira o agendamento por telefone.
Além de confirmar o interesse, essa etapa permite
avaliar a comunicação verbal, a entonação e o profissionalismo do candidato.

6. Condução da entrevista

Siga o roteiro previamente definido, mantendo a coerência e imparcialidade.
Use perguntas situacionais e comportamentais para observar
como o candidato pensa, reage e toma decisões.

7. Retorno aos candidatos

Sempre dê retorno — tanto aos selecionados quanto aos não selecionados.
Isso fortalece a imagem da sua empresa e demonstra
profissionalismo e respeito pelo tempo dos participantes.

Recrutar é escolher quem vai crescer junto com a empresa

Um bom recrutamento vai além da contratação: ele ajuda o gestor a formar uma equipe compatível com seus valores, metas e cultura.

Durante os nossos treinamentos, mostramos que o gestor deve compreender:

  • O mercado e a concorrência;
  • O que e como cada colaborador precisa executar;
  • E, principalmente, como desenvolver e engajar sua equipe sem fazer por eles.

Recrutar bem é evitar desperdiçar tempo e recursos com escolhas equivocadas — é selecionar quem tem vontade de aprender, somar e evoluir com a empresa.

Conclusão: recrutamento é método, não sorte

Em gestão de pessoas, não existe pílula mágica.
Existem
processos, métricas e ferramentas que tornam o recrutamento mais humano, assertivo e sustentável.

Se você deseja organizar o seu processo de Recrutamento e Seleção, tornando-o mais estratégico e compatível com a cultura da sua empresa, conte conosco.
Podemos te ajudar a estruturar cada etapa — da
definição do cargo à escolha final do candidato certo.

Educativos Recentes

Principais objeções de vendas técnicas - como conduzir, responder e transformar objeções
Por WIAEDUCA 26 de novembro de 2025
Descubra como lidar com as principais objeções de vendas técnicas com condução assertiva, estratégias práticas e perguntas inteligentes que elevam suas chances de fechamento.
Por WIAEDUCA 28 de setembro de 2025
É comum vermos gestores se perguntando: como fazer com que minha equipe acredite mais em si mesma e nas oportunidades que surgem? Em muitos casos, o pessimismo chega antes de o cliente ser ouvido, e isso pode comprometer não só uma venda, mas também a confiança no relacionamento. O cliente percebe quando não há energia ou convicção do outro lado.
Por WIAEDUCA 26 de setembro de 2025
Antes de discutir qual sistema é o mais adequado para sua equipe, se o CRM ou ERP, é essencial entender a diferença entre dois papéis, muitas vezes confundidos nas empresas: vendedor e atendente. O papel do atendente Como o próprio nome sugere, o atendente responde a solicitações. Sua postura é receptiva: ele esclarece dúvidas sobre produtos e serviços, dá suporte quando acionado, mas não necessariamente busca novas oportunidades ou sugere soluções adicionais. Seu foco está no atendimento reativo, e não na venda proativa. O papel do vendedor O vendedor vai além. Ele identifica as necessidades do cliente, propõe soluções adequadas, realiza visitas, acompanha oportunidades (follow-up), constrói relacionamento e mapeia e explora o potencial de cada cliente. Está envolvido em negociações e atua ativamente no fechamento de vendas.