Sobre ser produtivo em vendas e gestão comercial

WIAEDUCA • 30 de agosto de 2022

Compartilhe este artigo!

Inicialmente, é importante compreender a diferença entre causa e efeito dentro de um departamento comercial que busca vender valor e diferencial, e não simplesmente “brigar por preço”.

De forma simples:

  • Efeito é o resultado que você tem — geralmente imutável, pois já é um fato concretizado.
  • Causa é o que e como você faz para gerar esse resultado — e, portanto, pode ser alterada em projetos futuros, no curto, médio ou longo prazo.

A armadilha de compensar com esforço a falta de estratégia

Infelizmente, muitas empresas ainda estão acostumadas a tentar compensar com esforço o que falta em estratégia.
É comum ver equipes comerciais acreditando que
trabalhar mais (fazer mais visitas, orçamentos, prospecções) resolverá problemas que, na verdade, são estruturais e estratégicos.

Mas o esforço, por si só, não corrige a causa de um mau resultado.
Na prática, isso gera
desgaste, queda de performance e aumento de rotatividade.

Quando não somos o mais barato, vender valor é essencial

Se sua empresa não é a mais barata do mercado, você e sua equipe precisam conhecer profundamente o valor agregado do que oferecem e o mercado em que atuam.

O vendedor precisa entender:

  • O impacto real que o produto ou serviço gera para o cliente;
  • O diferencial competitivo frente aos concorrentes;
  • E as melhores formas de comunicar e operar nesse mercado.

Já o gestor comercial precisa ir além:

  • Conhecer o perfil comportamental e profissional ideal para sua equipe;
  • Analisar causas e efeitos dos resultados;
  • E ajustar ações que estejam coerentes com os objetivos e metas estratégicas.

O papel do aprendizado e da cultura na performance comercial

Alguns aspectos do desenvolvimento profissional podem ser modelados, mas tudo depende da disposição em aprender e aplicar o que se aprende.
E aqui está um ponto cultural: de forma geral,
nós não fomos educados a pensar estrategicamente, a planejar a longo prazo ou a fortalecer valores e comportamentos organizacionais.

Essa deficiência educacional reflete diretamente nas empresas — que, muitas vezes, tomam decisões com base apenas em histórico passado, sem considerar as transformações do mercado e do comportamento do cliente.

O erro de medir o futuro com as lentes do passado

É comum que gestores olhem para resultados antigos e usem o passado como régua para o futuro.
Mas o mercado muda, os clientes evoluem e as decisões de compra são tomadas de forma totalmente diferente hoje.

Um exemplo real:
Atendemos uma empresa com mais de
30 anos de mercado, fornecedora de equipamentos e serviços industriais.
Durante crises econômicas, sobreviveu priorizando seus colaboradores — uma história admirável.

No entanto, com o passar dos anos, percebeu que o mercado havia mudado.
O cliente, antes dependente de vendedores e catálogos, hoje
“dá um Google” e compara soluções em minutos — muitas vezes sem compreender as diferenças técnicas entre fornecedores.
Resultado: a empresa
ficou obsoleta em como vender valor agregado, mesmo sendo tecnicamente superior.

O impacto de ignorar a análise de causa e efeito

Quando o gestor não analisa a causa dos resultados, tende a compensar com esforço: mais visitas, mais orçamentos, mais metas.
Mas isso apenas
aumenta a pressão e o estresse da equipe, sem resolver o problema central.

Essa falta de visão estratégica gera:

  • Desgaste emocional e físico da equipe;
  • Rotatividade elevada;
  • Desalinhamento entre áreas;
  • E até prejuízos na saúde do próprio gestor, que vive em modo reativo.

Um convite à reflexão estratégica

Este texto é, acima de tudo, um convite à reflexão.
Todos os dias, vemos o quanto a falta de uma
educação voltada ao pensamento estratégico limita gestores e empresas — especialmente em um país como o Brasil, que tem um ambiente altamente favorável para negócios, mão de obra e oportunidades.

Por isso, vale repensar:


Na sua empresa, a estratégia comercial está realmente alinhada à realidade do seu mercado?
Ou ainda falta
embasamento analítico e visão de futuro para sustentar os resultados?

O primeiro passo para evoluir é identificar a causa dos seus efeitos.
A partir daí, é possível
construir uma venda de valor sustentável, que não dependa apenas de esforço, mas de clareza, planejamento e posicionamento estratégico.

Educativos Recentes

Principais objeções de vendas técnicas - como conduzir, responder e transformar objeções
Por WIAEDUCA 26 de novembro de 2025
Descubra como lidar com as principais objeções de vendas técnicas com condução assertiva, estratégias práticas e perguntas inteligentes que elevam suas chances de fechamento.
Por WIAEDUCA 28 de setembro de 2025
É comum vermos gestores se perguntando: como fazer com que minha equipe acredite mais em si mesma e nas oportunidades que surgem? Em muitos casos, o pessimismo chega antes de o cliente ser ouvido, e isso pode comprometer não só uma venda, mas também a confiança no relacionamento. O cliente percebe quando não há energia ou convicção do outro lado.
Por WIAEDUCA 26 de setembro de 2025
Antes de discutir qual sistema é o mais adequado para sua equipe, se o CRM ou ERP, é essencial entender a diferença entre dois papéis, muitas vezes confundidos nas empresas: vendedor e atendente. O papel do atendente Como o próprio nome sugere, o atendente responde a solicitações. Sua postura é receptiva: ele esclarece dúvidas sobre produtos e serviços, dá suporte quando acionado, mas não necessariamente busca novas oportunidades ou sugere soluções adicionais. Seu foco está no atendimento reativo, e não na venda proativa. O papel do vendedor O vendedor vai além. Ele identifica as necessidades do cliente, propõe soluções adequadas, realiza visitas, acompanha oportunidades (follow-up), constrói relacionamento e mapeia e explora o potencial de cada cliente. Está envolvido em negociações e atua ativamente no fechamento de vendas.