Nenhum vendedor deveria sentir vergonha
É uma informação amplamente conhecida:
vendas quase nunca é o sonho de infância de alguém.
Quando crianças, sonhamos em ser médicos, engenheiros, artistas, professores, mas raramente em ser vendedores.
E essa ausência de referência pode gerar, mais tarde, uma sensação de
vergonha ou
subvalorização da profissão.
Mas será que isso faz sentido, especialmente no cenário atual?
Vendas como profissão e propósito
Sim,
vendas pode ser uma profissão altamente rentável e estratégica, especialmente para quem é comunicativo, observador e empático.
Mas, mais do que isso,
vender é uma função essencial em qualquer negócio — sem vendas, nenhuma empresa sobrevive.
Ocorre que o cenário comercial mudou profundamente.
O vendedor “falante” e insistente deu lugar ao
profissional consultivo, que entende de negócios, domina o produto e sabe o momento certo de falar (e ouvir).
Nos segmentos de
venda técnica, esse movimento é ainda mais claro.
Hoje vemos engenheiros, veterinários, especialistas e consultores atuando como vendedores — não por falta de opção, mas por
compreenderem o valor de ajudar o cliente a decidir com segurança.
Vergonha: um reflexo da falta de compreensão
Muitos profissionais formados tecnicamente sentem certo desconforto em se identificar como vendedores.
Ouvimos com frequência frases como: “Acabei caindo nas vendas” ou “Não deu certo na minha área, então fui vender”.
Essa é uma visão carregada de preconceito e desinformação.
Segundo o dicionário,
vergonha é o “ato vexatório, que humilha, desonra”.
Mas o que há de desonroso em ajudar alguém a solucionar um problema, tomar uma boa decisão e investir melhor o próprio dinheiro?
Se há vergonha, o problema não está na venda, e sim na interpretação equivocada sobre o que significa vender.
Vender é educar, não apenas persuadir
Em um mundo de informações rasas e concorrência acirrada,
vender é educar o cliente.
É mostrar o que ele ganha (ou deixa de perder) ao optar pela solução certa.
E, em alguns casos, é ter a honestidade de reconhecer quando o que você oferece
não é a melhor opção para ele — e orientá-lo da melhor forma mesmo assim.
Isso é ética. É credibilidade. É o tipo de comportamento que constrói carreiras sólidas e negócios sustentáveis.
Como formamos nossa opinião sobre o que fazemos
Toda opinião nasce de duas fontes:
- Experiência – quando você vive a situação e forma sua própria percepção;
- Referência – quando alguém em quem você confia vive algo e te transmite a visão dele.
Se as suas referências sobre vendas foram negativas — vendedores insistentes, promessas vazias, experiências ruins —, é natural que sua percepção também seja.
Mas o convite aqui é para
revisar essas referências à luz da realidade atual.
Hoje, vendas é uma profissão estratégica, que exige preparo técnico, inteligência emocional, empatia e ética.
Reflita sobre a sua intenção
A vergonha só existe quando há conflito entre o que fazemos e o que acreditamos.
Por isso, vale se perguntar:
- Qual é a minha intenção ao atender um cliente?
- Eu realmente acredito no valor do que vendo?
- Eu busco resolver o problema dele ou apenas fechar mais um contrato?
Se a sua intenção é ajudar, educar e contribuir —
não há vergonha alguma em vender.
Pelo contrário, há propósito, maturidade e orgulho.
Conclusão
Quando compreendemos que
vender é gerar valor, não apenas transacionar, tudo muda.
A vergonha dá lugar ao orgulho.
E o vendedor passa a se enxergar como o que realmente é:
um agente de transformação — para o cliente, para a empresa e para si mesmo.
Como diz a autora deste texto, “Quando tive acesso a essa perspectiva, me senti respaldada a ter orgulho do que faço. E sinceramente desejo que não seja diferente contigo.”
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