A quem você procura?
Nos últimos meses, refletimos muito sobre como empresários se projetam em suas equipes comerciais — e como isso pode impactar, de forma negativa, os resultados do departamento como um todo.
É natural que nós, empresários e empreendedores, tenhamos
comportamentos e percepções diferentes dos nossos colaboradores.
Afinal, o olhar de quem empreende é moldado por riscos, metas e responsabilidades que nem sempre fazem parte da rotina de quem está na operação.
Veja alguns exemplos de como essa diferença costuma se manifestar:
– Clareza de objetivos;
– Foco no trabalho;
– Praticidade — independente da tarefa, vai e faz;
– Agilidade na execução;
– Foco na solução, não no problema;
– Visão de longo prazo;
– Encarar metas como desafios, não como barreiras;
– Identificar oportunidades com facilidade;
– Clareza nas prioridades.
Essas características, tão comuns entre empresários, nem sempre fazem parte da realidade da equipe, e isso é perfeitamente normal.
A armadilha de buscar “outros você”
A grande pergunta é:
o quanto você, como empresário ou diretor, busca (consciente ou inconscientemente) outros “você” dentro da sua equipe?
É comum ouvirmos frases como:
“Mas é tão simples, tão fácil! Eu fazia isso, sei que funciona!”
“Na minha época não tinha tanta frescura, era só ir lá e fazer!”
“Não entendo por que eles não se engajam!”
Essas falas traduzem uma frustração legítima — mas também uma diferença de perspectiva.
O que é simples para você,
não é simples para eles, porque
eles não têm o mesmo repertório, experiência, visão ou responsabilidade.
Se tivessem, provavelmente também estariam empreendendo.
E o verdadeiro desafio da liderança comercial está justamente aqui:
falar o idioma do outro, em vez de exigir que o outro entenda o seu.
O Museu das Ilusões e a metáfora da liderança
Há algum tempo, em uma visita ao Museu das Ilusões, reencontramos uma foto que ilustra bem esse tema.
A imagem mostrava um cenário curioso — o tipo que faz a gente duvidar do que está vendo.
E então surgiu a reflexão:
“O quanto você tem se iludido procurando outros ‘eus’ na sua equipe?”
Assim como no museu, às vezes olhamos para o time e acreditamos estar vendo algo que não existe: uma cópia da nossa própria forma de pensar e agir.
Mas cada pessoa é única, com histórias, motivações e limitações diferentes.
A ilusão de querer que todos ajam como você
gera frustração, resistência e desconexão.
Já a consciência dessa diferença
abre espaço para liderança, desenvolvimento e resultados reais.
O papel do líder: traduzir, não impor
Liderar é aprender a traduzir a visão estratégica em comportamentos acessíveis.
É compreender que nem todos nasceram prontos para pensar como dono, mas muitos podem
aprender a se comprometer como donos — desde que sejam guiados, compreendidos e inspirados no idioma certo.
Por isso, antes de cobrar, observe:
- Você está comunicando de forma que a equipe entenda?
- Está construindo um ambiente que estimule autonomia e responsabilidade?
- Está dando ferramentas, ou apenas exigindo resultados?
Conclusão
O crescimento de uma equipe comercial não depende de replicar o empresário, mas de
formar pessoas com potencial para pensar diferente e somar perspectivas.
Afinal, times fortes são construídos na
diversidade de perfis e habilidades, não na repetição de um modelo único.
E se você sente que enfrenta desafios para equilibrar essa relação entre liderança e equipe,
fique tranquilo — é comum, e é possível resolver.
Nós podemos te ajudar a transformar essa ilusão em estratégia.
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